domingo, 29 de janeiro de 2012

"Felicidade Paradoxal"

Numa era de culto da juventude, da busca pelo efémero, do hiperconsumismo e em que o individualismo surge como um valor central determinado pela busca incessante de bem-estar, nunca o Homem foi tão "infeliz".Uma obra essencial para perceber a sociedade "pós-moderna" .
Nota: imagem retirada de edicoes70.pt

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Para ouvir...

Barbara Moseley de 84 anos e Spencer de 25 anos, ginastas, serviram de pano de fundo a um vídeo dos Coldplay. No ar fica a pergunta...idade é igual a incapacidade, doença e inatividade?

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

"O Talento na Juventude e na Velhice"

"Nada menos exacto do que supor que o talento constitui privilégio da mocidade. Não. Nem da mocidade, nem da velhice. Não se é talentoso por se ser moço, nem genial por se ser velho. A certidão de idade não confere superioridade de espírito a ninguém. Nunca compreendi a hostilidade tradicional entre velhos e moços (que aliás enche a história das literaturas); e não percebo a razão porque os homens se lançam tantas vezes recíprocamente em rosto, como um agravo, a sua velhice ou a sua juventude. Ser idoso não quer dizer que se seja necessariamente intolerante e retrógado; e engana-se quem supuser que a mocidade, por si só, constitui garantia de progresso ou de renovação mental. As grandes descobertas que ilustram a história da ciência e contribuiram para o progresso humano são, em geral, obra dos velhos sábios; e a mocidade literária, negando embora sistematicamente o passado, é nele que se inspira, até que o escritor adquire (quando adquire) personalidade própria. (...) A mocidade, em geral, não cria; utiliza, transformando-o, o legado que recebeu. Juventude e velhice não se opõem; completam-se na harmonia universal dos seres e das coisas. A vida não é só o entusiasmo dos moços; nem só a reflexão dos velhos; não está apenas na audácia de uns, nem apenas na experiência dos outros; realiza-se pela magnífica integração das virtudes contrárias, sem a qual não seria possível, em todo o seu esplendor, a marcha da humanidade. Que se ganha em cavar um abismo entre mocidade e velhice, se uma é, fatalmente, o prolongamento da outra; se o que passa de mão em mão é, afinal, o mesmo facho aceso, como na corrida ritual da Grécia antiga; e se, bem vistas as coisas, não está de nenhum modo provado que os novos sejam intelectualmente os mais novos, e os velhos os mais velhos? (...) Como admitir o divórcio entre novos e velhos - invenção antinatural dos conventículos literários de todos os tempos -, se os velhos têm nas novas gerações, penhor radioso do futuro, o instrumento de compreensão e de difusão da sua obra, e se os novos devem aos velhos a formação do seu espírito, a educação da sua sensibilidade e a opulenta capitalização de riquezas da língua em que se expressam? A paz entre idades sucederá um dia, decerto, à paz entre as nações - quando a velhice egoísta reconhecer, finalmente, que não deve menosprezar os moços, antes facilitar-lhe o caminho da vida, e quando, por seu turno, a juventude impaciente chegar à convicção de que não é atropelando nem injuriando que se vence, e de que, quando os jovens se instalaram no planeta - já os velhos o habitavam."
Júlio Dantas, in "Páginas de Memórias" (consultado em http://www.citador.pt/)

domingo, 22 de janeiro de 2012

Porque a música...

"Pode ser o exemplo único do que poderia ter sido - se não tivesse havido a invenção da linguagem, a formação das palavras, a análise das ideias - a comunicação das almas."( in "À Procura do Tempo Perdido", Marcel Proust) .... Porque devíamos ouvir mais música e deixar que ela nos inundasse por dentro, nos fizesse SER cada dia pessoas mais humanas, atentas ao OUTRO...aqui fica a sugestão de uma canção fabulosa, feita pela Dra Maria Pinto, Docente no ISMT.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

"Este país não é para velhos" ?

Que sociedade estamos a construir? Temos o direito de discriminar quem tem mais idade? Os lares são um "depósito" de pessoas mais velhas? Maus tratos físicos, verbais e outras formas de discriminação são CRIMES, que devem ser punidos por lei! Está na hora de pormos de lado o nosso "eu" e olhar para o nosso "OUTRO"! Um dia, de acordo com as projeções efetuadas a nível demográfico, também temos a grande oportunidade de alcançarmos uma idade mais avançada, é este o tratamento que, também, queremos ter? Que direito temos de julgar alguém pela idade? Já devíamos ter percebido que a discriminação, qualquer que seja a forma que tome, nunca acarreta bons resultados...apenas demonstra o pior de um ser que se diz HUMANO!

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Um projeto que vale a pena conhecer

O Atlas é uma Organização Não Governamental que, entre outros projetos, presta apoio na alta de Coimbra, através de voluntariado. Nas palavras da Coordenadora, Dra Marisa Borges, o objetivo é, aos fins de semana, realizar a distribuição de géneros a idosos com carências e dificuldades de mobilidade, mas refere que o contributo fundamental centra-se na questão das relações humanas, uma vez que o estabelecimento de redes de relação e proximidade é fundamental para a melhoria de qualidade de vida destas pessoas. Embora o isolamento seja um problema frequente a Coordenadora acrescenta que este não é específico dos mais idosos, esbatendo assim um dos mitos ligados à "velhice". Mais informações aqui.

No dia 14 de Janeiro tive o prazer de, a convite da Dra Marisa, juntar-me aos voluntários, contactar com o público alvo e perceber como as atividades são desenvolvidas no terreno.

A Coordenadora e dois voluntários na distribuição de serviço

Nestas visitas marcou-me de forma especial uma senhora. Gostaria de destacar o dinamismo da Dona B., com 90 e poucos anos. Por toda a casa encontram-se obras desta “artista”, é contudo num quarto específico que nos perdemos a olhar para os quadros maravilhosos que tem pintado… num dos cantos ainda se avista o cavalete, os pincéis e um esboço por pintar…uma prova da tenacidade, dinamismo e força de viver desta Senhora, a comprovar que o talento não escolhe idade…

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Envelhecimento: etapa ou processo?

O que é o Envelhecimento?
Corresponde a uma etapa de vida ou traduz-se num processo contínuo?

Helena Saldanha na obra "Bem viver para Bem Envelhecer: Um desafio à Gerontologia e à Geriatria" (2009, p.11) declara que “o organismo humano começa a envelhecer no momento em que os pulmões do bebé entram em contato com o oxigénio do ambiente”, ou no caso de mães fumadoras este processo decorre no próprio útero materno.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Para refletir!

O que representa o trabalho formal para cada um de nós? Será que o hipercapitalismo que caracteriza a nossa sociedade nos está a "engolir"? Que alternativas temos?

Como surgiu...

Aula de História Económica e Social. A Revolução Industrial. Retratos de injustica, condições miseráveis de vida e trabalho, a desvalorização do outro, a inutilidade de quem não é "ativo" e não gera lucro, uma vida sem sentido, um trabalho sem significado! Friamente emerge, uma vez mais, a crueldade do ser humano que escraviza e retira a dignidade do outro, impedindo-o de viver, muitas vezes até de sobreviver...
Foi neste contexto que divaguei... que me interroguei. O trabalho faz sentido ao ser humano? E a velhice? O que implica a reforma? Os reformados são "velhos"? O que é ser "velho"? É parar, retirar-se ou continuar a construir um percurso de vida?
Assim nasceu o desejo de aprofundar este tema e de abraçar uma dissertação de mestrado...
Semanalmente, numa vertente mais prática, serão publicados posts e a participação de cada um de vós é fundamental. Aceitam-se sugestões e reflexões!Sejam Bem Vindos!