quarta-feira, 30 de maio de 2012

Facto

Um trabalhador mais velho pode trazer ganhos para a sua empresa, dada a existência reduzida de turnover, a baixa incidência de acidentes de trabalho e o grau elevado de know how. O futuro terá de passar por equipas de trabalho multigeracionais!

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Paradoxo?

Entrevistas realizadas a entidades empregadoras (Marques, S., 2011, p. 70) revelam que jovens com menos de 35 anos são preferidos para a ocupação de postos de trabalho.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Sugestões

Para ler

A Visão desta semana, onde pode encontrar pessoas para quem a idade é sinónimo de felicidade! Destaques da "Visão"

Para passear

Aproveite para passear pelas ruas da alta de Coimbra e descubra um espaço único...
Para ouvir


Step by setp aproveite o seu fim de semana para repor energias!

terça-feira, 1 de maio de 2012

"Janelar"

"A palavra janelar é daquelas que poucos conhecem e raros utilizam, mas significa algo que muitos praticam: passar a vida à janela.
(Eça de Queirós, por exemplo, usou-a em «O primo Basílio», assim escrevendo, referindo-se à seca criada Juliana: «…via companheiras divertir-se, vizinhar, janelar, bisbilhotar…».)
Eu confesso ser um de tantos janeleiros frustrados, a quem a impetuosa corrida das horas impede fruir tão vagaroso passatempo.
Talvez por isso sinto a janela como coisa aliciante, ora remanso ora agitação, copiosa bica de beber surpresas.
Através dela chegam até nós a alegria da luz e o conforto do calor, mas também acontece tocar-nos o cinzento triste de um dia de frio.
Tanto conseguimos escancará-la ao bulício, como com ela nos encerrarmos no silêncio.
Aberta, pode combater o egoísmo; fechada, consegue exacerbá-lo. Tem a magia de ser ponte para o mundo exterior ou transformar-se em muralha do nosso íntimo mundo.
A janela é, em suma, o fascínio de um exercício de contradições que se completam, mas se não deixam usar ao mesmo tempo.
Quinzenalmente é-me proporcionado assomar a este caixilho do canto da página, janela com vista para as realidades e para os sonhos. Hoje, no relance escrito, volto-me para o lado real.
Deixo que o olhar se espraie pelas marés de casario de tantas «cidades abertas», espreito a espuma feia de janelas, qual «voyeur» do insólito.
De repente, desta minha janela descortino uma outra, fechada, que me parece estranha.
Cesso a deambulação e ali me fixo.
Por detrás dos vidros uma senhora idosa, olhos cerrados, como quem dorme um sono tranquilo. Sinto que está assim há dias, imóvel, à janela. Descanso demasiado longo, mesmo para uma vida longa de cansaços.
E, de facto, não dorme esta velha senhora. Está morta!
Morreu assim, encostada à janela, onde foi consumindo as horas seguidas de dias sem sentido.
Como companhia só a solidão. Como estímulo apenas as imagens que entravam pela janela. Cada vez mais frouxas no olhar cada vez mais ténue. Até que se extinguiu…
Cá fora a vida continua, impávida, a pulsar, sem se dar conta da morte na janela.
Só passados dias, por acaso, alguém depara com o cadáver.
Aconteceu a semana passada, numa janela de Lisboa. Mas bem podia ter sido no Porto, em Coimbra, ou em qualquer outra das «cidades abertas». Tão fechadas sobre si próprias que nem se apercebem de tanta solidão que as olha de muitos parapeitos.
E foi assim, nesta busca breve, neste rápido relance, que descobri um novo significado da palavra janelar: esperar a morte à janela…"
Jorge Castilho
Nota: sugestão dada pela Docente Maria Pinto, do ISMT